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sexta-feira, junho 10, 2005

Joao Kléber

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João Kléber fala do seu sucesso em Portugal

Elogios a Lamego e a Trás-os-Montes
O apresentador brasileiro João Kléber, que está em Portugal a gravar as versões portuguesas do polémico programa “Fiel ou infiel”, tem ligações a Lamego e a Trás-os-Montes, por parte dos seus pais. João Kléber já conquistou os telespectadores da TVI, onde todas as sextas-feiras à noite apresenta um dos maiores sucessos da televisão portuguesa. Com uma grande devoção a Fátima, declara-se “fiel amante” de Portugal.
Em entrevista ao SL, o humorista falou das suas ligações com o País, do sucesso do programa e da sua intenção de permanecer em terras lusitanas.
Show de Letras (SL) - Qual é a sua ligação a Lamego e à região?
João Kléber (JK) - É uma ligação afectiva muito grande, além de Lamego ser o lugar onde meu pai nasceu. Sem falar que o local tem o melhor presunto do mundo. A minha mãe é natural de Trás-os-Montes.
SL - Conhece a cidade de Lamego? Qual é a sua opinião sobre ela?
JK - Sim. É uma cidade belíssima, com um povo muito gentil, além de ser uma cidade acolhedora e agradável. Adoro.
SL - Alguma vez participou nas festas de Nossa Senhora dos Remédios ou em alguma festa tradicional em Lamego?
JK - Ainda não tive oportunidade, mas agora, praticamente a viver em Portugal, com certeza, na próxima, poderei estar presente.
SL - Sabemos que tem uma grande devoção por FÁTIMA. Alguma vez visitou o Santuário?
JK - Três vezes. Mas ainda pretendo visitá-lo muitas mais vezes.
SL - Quando foi a primeira e a última vez que esteve em Lamego ou na região do Douro e Trás-os-Montes?
JK - Foi há três anos atrás.
SL - Como surgiu a oportunidade de vir trabalhar para Portugal?
JK - O meu programa “Eu vi na TV”, no Brasil, fez tanto sucesso que chamou a atenção da TVI. Assim, recebi o convite e, é claro, aceitei na hora.
SL - Que avaliação faz dos resultados da exibição do programa “Fiel ou Infiel” em Portugal?
JK - Eu acredito que a química entre amor, sexo e traição seja universal. Todo o mundo se imagina numa situação parecida ou então imagina a situação da pessoa que está a ser testada. A empatia é muito grande, por isso, o sucesso.
SL - Como vê a receptividade do público português?
JK - O povo português é o povo mais gentil e carinhoso que conheci em toda a minha vida. Estou literalmente apaixonado por Portugal.
SL - Qual a diferença que vê entre o relacionamento dos casais portugueses e dos brasileiros?
JK - Vejo mais semelhanças do que diferenças. Ambos são conservadores.
SL - Muitas são as pessoas que se questionam sobre a veracidade dos casos que são apresentados no programa. São casos verídicos ou não?
JK - A veracidade é passível de comprovação. Basta indicar alguém para ser testado e ver a transparência das histórias.
SL - Já passou por alguma situação incómoda ou estranha em palco?
JK - Uma vez desmaiei no palco e só me lembro do público ter achado que eu tinha morrido. Todos começaram a chorar e a rezar.
SL - Há quanto tempo trabalha em televisão? Como começou a sua carreira?
JK - Comecei há 30 anos em rádio. Logo fui contratado pela TV Globo, onde fiquei por mais de dez anos. Agora estou na Redetv! há cinco. Fui o primeiro artista a ser contratado pela Redetv!SL - Como lida com a fama de ser considerado, no Brasil, “o pior apresentador”, apesar das altas audiências?
JK - Eu me divirto. Isso é coisa da imprensa. Meu patrão é o público, que é quem me dá a maior audiência da emissora.
SL - Como pensa que será o seu futuro em termos profissionais em Portugal?
JK - Eu não faço planos. Deus ri dos meus planos. Deixo a vida me levar e, graças a Deus e a Nossa Senhora de Fátima, a vida me levou a Portugal, onde sou muito feliz.
SL - Gostava de continuar a gravar programas em Portugal ou alguma vez lhe passou pela cabeça aqui viver definitivamente?
JK - Amo Portugal. Estou mais tempo aí do que no Brasil. Encontrei-me com Deus neste país.
SL - É fiel ou infiel amante de Portugal?
JK - Sou sempre fiel nos meus relacionamentos, no meu trabalho e nos meus ideais. Disse e repito: amo Portugal e sou fiel sempre.
Ígor Lopes
Cármina Fonseca

Mapa de Portugal

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Saga brasileira em Portugal

Felipão, Alexandre Frota, João Kleber e cia. fazem sucesso em terras lusas

Igor Lopes

A partir da década de 80, começou a invasão brasileira às terras portuguesas. Hoje em dia é fácil encontrar um brasileiro trabalhando em vários setores do cotidiando português, tais como lojas, cafés, restaurantes, na construção civil, em Universidades, colégios, Câmaras Municipais (prefeituras), no jornalismo, na televisão, em empresas, entre outras.
Os números provam isso. Segundo dados atualizados do Serviço de Fronteiras e Estrangeiros (SEF) de Portugal, cerca de 465.454 estrangeiros vivem legalmente em Portugal, sendo que os brasileiros são a maior comunidade imigrante a viver por cá com cerca de 77 mil cidadãos, seguida dos ucranianos (66.048), dos cabo-verdianos (63.887) e dos angolanos (34.995).
Segundo o Ministério português dos Negócios Estrangeiros (MNE), a maioria dos vistos concedidos em 2004 foram dados a trabalhadores brasileiros (10.770) no âmbito do acordo assinado entre Portugal e Brasil sobre a contratação recíproca de trabalhadores. No ano passado foram ainda emitidos 3.222 vistos de estudo e 3.396 de estada temporária.
Ainda de acordo com o MNE, hoje em dia cerca de 26.561 brasileiros têm autorização para residir no país. Já 37.920 têm autorização de permanência.
Entretanto, há figuras que se destacam mais facilmente. Por exemplo, atualmente a seleção portuguesas está entregue a Luís Felipe Scolari. O técnico brasileiro conquistou Portugal com a sua atuação na Eurocopa, em 2004, conquistando o segundo lugar na competição. Aliás, este foi o único ponto negativo, já que o sonho português era o de ser o melhor time da Europa, entretanto, Portugal perdeu o trono para a Grécia, na final. Com o seu jeito de xerife, Felipão atrai fãs do seu trabalho, mas também chama a atenção dos menos apologistas do seu modo de ser.
Ainda no mundo do futebol está o jogador brasileiro Deco, que foi campeão português e europeu com o time do Porto. Pouco conhecido no Brasil, Deco faz muito sucesso entre os portugueses pelo belo futebol que pratica, o que o levou a ser companheiro de Ronaldinho Gaúcho no Barcelona e titular absoluto da seleção de Scolari. Para que pudesse atuar na seleção portuguesa, o brasileiro naturalizou-se português. No Brasil, Deco jogou pelo Nacional São Paulo e Corinthians Alagoano, antes de chegar ao FC Alverca, em 1997. Transferiu-se rapidamente para o SC Salgueiros, tendo atraído a atenção do FC Porto, clube para onde se mudou na temporada 1998/99.
Outro astuto brasileiro foi o apresentador e humorista João Kleber, que trouxe para Portugal o programa Fiel ou Infiel, apresentado às sextas-feiras à noite, no canal português TVI. O programa faz tanto sucesso que João Kleber está em Portugal gravando algumas versões portugueses do teste de fidelidade.
Na área da economia, e também com o seu brio, o brasileiro Fernando Pinto é hoje responsável pela reestruturação da TAP, a maior empresa aérea portuguesa. Depois que Fernando Pinto assumiu a presidência da empresa, a TAP ganhou novo fôlego, diminuiu as suas dívidas e regularizou as suas finanças. Prova disso é a atual negociação com a companhia brasileira VARIG, para a compra de parte do seu capital.
Até mesmo Alexandre Frota fez parte do cotidiano português. O ator participou da primeira edição do programa “Quinta das Celebridades”, uma espécie de “Casa dos Artistas”. Envolvido em polêmicas, Alexandre Frota conquistou os portugueses, fazendo crescer o nível de audiência do programa. Um dos seus marcos foi a expressão “Show de Bola”. Na noite em que o brasileiro disse essa expressão ao vivo na televisão, a apresentadora questionou-o sobre o significado. Dúvidas aclaradas, Alexandre Frota ficou em segundo lugar na “disputa” e voltou para o Brasil com alguns tantos mil euros no bolso. Meses depois do fim do programa, a imagem de Frota era ainda difundida pelos mais variados meios de comunicação de Portugal.
Verdade mesmo é que cada vez mais a cultura brasileira faz parte do dia a dia do português. Seja na comida, nas novelas, na música, na televisão, no rádio, na literatura e, mesmo, no mundo do esporte. Ficou, assim, mais fácil, para além da dificuldade da língua, viver um pouco mais do Brasil em Portugal.