Show de Letras, informação que faz sentido!

Visite também www.sodiver.blogspot.com e www.epoesis.blogspot.com

terça-feira, março 14, 2006

Salas de bate-papo ajudam na união dos casais

ipl-imagem

E quando o amor acontece através das ondas da Internet?

Ao todo, cerca de 627 milhões de pessoas utilizam a Internet todos os dias. Somente em Portugal, são mais de 1,1 milhão de usuários. Com as vantagens que esta “nova tecnologia” traz, agora é mais fácil, inclusive, ser um autêntico conquistador.
As salas de bate-papo da Internet são hoje verdadeiros cupidos para quem está a procura de um grande amor. E como este sentimento não tem fronteiras, eis que torna-se cada vez mais comum encontrar casais que nunca se teriam conhecido se não fosse a ajuda preciosa vinda dos ecrãs.
Exemplo disso é o casal António Fernandes, 33 anos, e Gisele Martins, de 28.
Em pouco mais de um ano, se conheceram numa sala de bate-papo, namoraram, noivaram e, finalmente, decidiram casar.
Tudo começou numa sala de bate-papo brasileira. Os encontros tinham lugar sempre no fim-de-semana, mas a ansiedade e a saudade fizeram da internet uma boa companheira. Numa certa altura, o primeiro que se conectasse à internet ficava on-line na expectativa de que o outro "aparecesse". Dai em diante, o namoro estava decretado.“Passados dois meses, próximo à data do meu aniversário, recebi a primeira carta do António. A primeira frase marcou-me: Gisele, tenho diante de mim o esboço da mulher que há em ti. A carta tinha um conteúdo tão seguro que logo percebi que estávamos diante do amor", conta Gisele.
"Em finais de Abril, contra tudo e contra todos, decidimos que nos encontraríamos pessoalmente. Viajei para Portugal. O avião aterrou, passei pela inspecção e, finalmente, lá estava ele à minha espera. Ele, portanto, só me conhecia por fotos. Foi lindo. Abraçámo-nos e percebemos que queríamos um ao outro verdadeiramente”, recorda.
Entretanto, o encontro durou apenas 12 dias. Mas foi suficiente para lhes acender a chama do amor.
Após essas pequenas férias, Gisele retornou a São Paulo. Mas o melhor estava por vir. Com uma boa dose de romantismo, António enviou-lhe uma carta, na qual continha o pedido de casamento e um anel. A partir dai, o casamento foi inevitável.
Passados três meses, foi a vez de António voar para São Paulo, onde conheceu a família de Gisele. Mas, como nas melhores histórias de amor, nem tudo correu como num conto de fadas.
“A minha família não aceitava o nosso romance e a dele também não. Foi um período muito difícil porque as pessoas não reconheciam a nossa situação digna de um amor verdadeiro e que pudesse dar frutos”, lembra Gisele.
Mas os momentos difíceis foram ultrapassados. As barreiras e os preconceitos foram quebrados. E, hoje em dia, vivem numa das mais belas regiões do interior norte de Portugal.
“Encontrámos no programa Messenger o aliado quase perfeito, pois tanto nos aproximava como construía um obstáculo invisível entre nós, alimentando a ansiedade e punindo o desejo”, sublinhou António.
Por seu turno, o brasileiro Bruno Villafranca, de 24 anos, está a viver uma nova história. Há cerca de três anos decidiu mudar-se para Portugal. Mas ao final de um ano, regressou ao Brasil, onde havia deixado a família e a namorada. Pouco tempo depois do regresso, o noivado de alguns anos terminou.
Para curar a tristeza, a Internet acabou por ser a companheira ideal. E foi aí que, numa sala de bate-papo, no início do ano passado, Bruno conheceu Onice, de 23 anos.
O início do relacionamento foi complicado. A distância entre os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo ditava a intensidade do sentimento. Mas nada atrapalhou a união do casal. “O nosso encontro foi bem natural, como se já nos tivéssemos conhecido antes”, afirmou Bruno.
“Apesar da distância, o namoro está óptimo. Sempre que possível, estamos juntos e temos tudo para, mais tarde, formarmos uma família muito feliz”, completou Onice.
Mas nem todos os finais são felizes. Márcio vive em Lisboa e, há cerca de seis meses, separou-se de Ana. O romance começou pelo MSN e terminou ao fim de cinco anos de casamento. O motivo da separação: Ana tinha ciúmes de outra mulher que fazia parte da lista de contactos do seu ex-marido.
Já o caso de Carlos (nome fictício), que vive no Rio de Janeiro, pode ter o mesmo desfecho. Há quatro meses casou-se com Ermelinda. Em meio a uma crise conjugal, Carlos confessa ter já traído a sua esposa através da Internet. “Estamos a viver um momento complicado. Através da Internet esqueço-me do dia-a-dia. E como pela net sou um autêntico conquistador, encontrei uma pessoa por quem estou apaixonado. Inclusive, já fizemos amor virtual”, conta Carlos.
E assim o amor acontece na sua expressão mais cibernética. Sem premissas e meias palavras. Só gestos de carinho e sem pudor. Através da Internet há quem diga que o mais importante não é o “tamanho”, mas sim as palavras, os sentidos e a velocidade da conexão.