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sábado, maio 27, 2006

Festival de marcas promove comércio na Cidade do Rock



O investimento no Rock In Rio-Lisboa (RRL) rondou os cerca de 25 milhões de euros, este ano. Mas, atualmente, os números parecem mostrar que o evento já apresenta algum retorno financeiro. No primeiro fim-de-semana do festival, aproximadamente 110 mil pessoas visitaram o parque da Bela Vista.
Somente no primeiro dia de espetáculos, a organização contabilizou 90 mil visitantes. No segundo, a expectativa era a de que 40 mil pessoas visitassem o local.
Mas o que se esperava ser um festival de música, assume também características bem comerciais. O marketing foi bem pensado. A divulgação do evento foi feita através de todos os meios, desde a imprensa a televisão e rádio.
Até mesmo os patrocinadores oficiais da versão portuguesa do “Rock In Rio” aproveitam a ocasião para rentabilizar a sua ligação ao festival.
Divididos em espaços, cada “sponsor” divulga a sua marca, seguindo critérios de acordo com a mensagem do festival, que, inicialmente, prende-se a uma boa causa.
Uma famosa marca de chicletes proporciona entretenimento ao público com um pequeno jogo de futebol. Uma marca de desodorantes faz um concurso ente os homens para escolher um “galã” para a sua próxima campanha publicitária.
Uma das três operadoras de telemóveis, em Portugal, faz concursos para dar aparelhos, além de proporcionar chamadas gratuitas.
A marca de cerveja oficial do evento criou um novo produto, que tem como “rosto” a cantora Ivete Sangalo. No seu local de divulgação, foi montada uma ilha e, num ambiente bem brasileiro, decorrem apresentações de alguns grupos que se baseiam nos ritmos do Brasil e latino.
Outras marcas oferecem várias atracões, além de brindes, como bolsas, abanadores, canetas, bonés, insufláveis, bolas, pulseiras, entre muitos outros.
Um ônibus estacionado no recinto garante o acesso gratuito à Internet.
As vendas têm lugar garantido também nos Centros Comerciais montados por toda a extensão da Cidade do Rock, onde estão representadas várias marcas.
Outra fonte de rendimento são as vendas dos produtos oficiais da marca Rock In Rio. Para além de pagar 53 euros por cada dia de música, quem quiser levar uma recordação para casa pode ter que pagar 30 euros por um boné ou por uma camisa do festival, entre outros produtos.
E para quebrar a resistência economicista do mais desconfiado fã da música, há uma tenda, localizada estrategicamente na saída do recinto, que oferece lembranças com a marca do RRL.
É por “Um Mundo Melhor” que o Rock In Rio transforma a oferta de espetáculos em um verdadeiro espaço de divulgação de marcas e produtos envolvidos na base financeira desse projeto. Mas a festa parece ser positiva, já que a alegria dos visitantes está estampada na cara de cada visitante, através do seu sorriso e a da sua emoção ao ver os seus ídolos em cima dos palcos do festival.

Ivete Sangalo e Shakira enlouquecem Lisboa



A cantora Ivete Sangalo “estremeceu” o público, ontem, no parque da Bela Vista, no dia que marcou o início da segunda edição do Rock In Rio-Lisboa.
Milhares de pessoas vibraram com a atuação da cantora brasileira, que levou ao palco temas já conhecidos dos seus fãs, mas, também, alguns do seu novo álbum.
Ao som de um dos seus maiores êxitos, “Sorte Grande”, Ivete Sangalo fez o público tirar, literalmente, os pés do chão.
Ovacionada pela plateia que lotou o recinto do evento, a artista brasileira emocionou-se.
“Isso é inacreditável! Saí do Brasil, trouxe uma música do meu país para Portugal, e sou recebida dessa forma maravilhosa por vocês. Isso é fantástico. (…) Hoje em dia, tenho o direito de me sentir, também, portuguesa”, afirmou.
Já a colombiana Shakira fez o público jovem vibrar com as suas canções. Ao saudar o público em português, Shakira presenteou a noite lisboeta com alguns dos seus maiores sucessos.
O Palco Mundo recebeu ainda a apresentação dos portugueses do D’zrt, que foram o primeiro grupo a tocar, além do inglês Jamiroquai.
Rock In Rio recebe milhares de pessoas
Às nove horas da noite, seis horas após a abertura dos portões ao público, mais de 75 mil pessoas lotavam o recinto do festival. Mas os números não pararam por aí, já que, às mesmo antes da meia-noite, várias pessoas continuavam a entrar no local dos shows.
Para quem decidiu visitar a Cidade do Rock, são muitas as atrações disponíveis para aqueles que não contemplam, somente, a música. Desde desportos radicais, passando por algumas acções culturais, o festival promete animação para toda a família. O palco “Hot Stage” procura promover novos talentos portugueses e internacionais da música. A “Tenda Eletrônica” dedica-se ao som dos melhores DJ’s da atualidade. Uma das novidades deste ano, está sendo a pista de neve, que recebeu, até agora, centenas de aventureiros. Para os que gostam de desportos radicais, há um slide que proporciona uma vista única do recinto de uma altura considerável.
O local conta ainda com Centro Comercial, praças de alimentação, entre outras estruturas.
O entretenimento e o franchising parecem ser os motes principais deste evento, que conquistou fama e reconhecimento internacional. Para além de reservar bons momentos de música, a todo instante são divulgados os mais variados produtos das marcas envolvidas nesse projecto.
Brasileiros marcam presença
Um dos ritmos predominantes foi o sotaque e o batuque brasileiro. Entre muitas bandeiras e adereços verdes e amarelos, a imensa comunidade brasileira residente na capital portuguesa pôde assistir à apresentação do grupo brasileiro “Batucada Radical”. Este projecto conta já com oito anos e tem por tema a “percussão brasileira”.
“Estou em Portugal há 11 anos e trabalho com música. Por isso, criei um curso de percussão brasileira na cidade do Porto. Penso que o povo português, depois de ter a oportunidade de aprender o ritmo brasileiro, demonstra ter jeito com o nosso gingado”, afirma Jorge Porto, mentor do projecto.
Este responsável, com formação na área musical, ensina percussão a aproximadamente 60 pessoas, na sua maioria cidadãos portugueses interessados na cultura musical do Brasil.
Amanhã é a vez de uma das bandas mais esperadas do evento. Junto com os “The Darkness”, os Guns N’ Roses prometem agitar a Cidade do Rock.

segunda-feira, maio 22, 2006

Rock In Rio leva estrelas da música mundial a Lisboa

A cidade de Lisboa está a poucas horas de receber a segunda edição do maior evento de música do mundo. O Rock In Rio 2006 promete muita inovação e qualidade no trato com os seus visitantes, que, durante cinco dias, vão ver subir aos palcos do festival vários nomes da música internacional. Em quatro edições realizadas até agora, no Rio e em Lisboa, mais de três milhões de pessoas visitaram a cidade do rock.

Para este ano, a expectativa é de que cerca de 70 mil pessoas visitem, por dia, a capital portuguesa, que conta, atualmente, com um investimento na ordem dos 25 milhões de euros. A poucos dias do início da festa, o empresário Roberto Medina, idealizador do festival, falou-nos do motivo da escolha da capital portuguesa para ser sede do evento, assegurando que Portugal “tem características de turismo absolutamente adequadas” para receber o Rock In Rio. Os preparativos finais dão forma ao cenário da música que vai embalar os fãs desta e de outras gerações amantes da música além-fronteiras. Para já, fica a promessa da permanência do evento em terras lusas, a cada dois anos, com o diferencial da qualidade que é já uma marca característica do festival.

Muita qualidade, um cenário mais bonito e um projeto visualmente melhor são as apostas da organização para o evento que vai começar a agitar a noite lisboeta a partir do próximo dia 26. Para Medina, que vive em Lisboa desde a primeira edição portuguesa do evento, o sucesso do festival parece estar garantido. Mas para que a festa seja completa, falta, ainda, conquistar, através da música, novos adeptos que possam dar asas ao projeto “Por um Mundo Melhor”.

Por que decidiu trazer o festival para Portugal?
Acho que a pergunta correta seria: por que não Portugal? Este país tem características de turismo absolutamente adequadas ao que queremos. O primeiro ano em Portugal foi uma experiência. Queríamos criar um padrão internacional para o evento. E conseguimos!

Que vantagens a realização deste festival traz para a cidade que o acolhe?
O evento tem muito a ver com a divulgação da marca do nome da cidade, já que é transmitido para mais de 50 países. O impacto econômico que ele gera sobre essas cidades é enorme. No Rio, por exemplo, houve um aumento de negócios, perto dos 350 milhões de dólares na época do Rock In Rio. Aqui em Portugal, ainda não tenho esses números, em relação a 2004. Mas acho que, pelas características da região, como o clima, hospitalidade, tranquilidade do povo, entre outras, Lisboa tem todas as características para ser sede do evento não eventualmente, mas permanentemente. Tanto que eu pretendo que, em 2008, o festival volte a Portugal. E que tenha um lugar fixo aqui na Europa.

Então, o Rock In Rio assume, hoje, uma faceta internacional?
Na minha opinião, o Rock In Rio nasceu com uma estrutura já internacional. Há vinte anos, o primeiro Rock In Rio foi o maior evento do mundo e, até hoje, segue sendo. Naquela época, recebemos 380 mil pessoas no Rio de Janeiro. Ele já nasceu com uma mega-estrutura, que, para se manter, precisa ser anunciado durante muito tempo. Não podemos anunciar o projeto um mês antes da data de início e depois aparecer com uma banda e pronto. O patrocinador precisa estar presente durante um longo tempo no mercado. O Rock In Rio não nasce da megalomania do seu produtor. Ele nasce da necessidade. Por ter toda essa estrutura, ele nasce já com o shape de um projeto mundial. Acho que ele é internacional por natureza.

Mas continua a ser uma marca?
Ele deixou de ser, no segundo Rock In Rio, uma marca de uma cidade. Ele passou a ser uma marca própria. Por isso, mesmo estando em outra cidade, não mudo o nome do festival. Se Woodstock saísse do Estados Unidos e viesse para Portugal, manteria o mesmo nome.

Há já outros destinos para o evento?
Sim. Em fevereiro de 2008, vamos levar o festival a cidade de Cape Town e a Sidney (...). Decididamente, vamos explorar outros passos, mas tendo sempre Portugal como uma base permanente. Há, ainda, outros países na lista para receber o Rock In Rio, mas não posso revelar quais são, pois estamos ainda em negociação.

Acha que Portugal pode ser uma porta de entrada para o festival conquistar a Europa?
Em 2004, em Portugal, o festival foi muito positivo. Lisboa, que é o mercado primário do evento, recebeu pessoas de todo o País, e também contou com público de outros países, como a Espanha. Tendo em conta que a grande Lisboa tem 1 milhão e 200 mil habitantes e que o Rio tem sete milhões, proporcionalmente, o evento foi maior aqui, já que contabilizamos 380 mil pessoas no recinto. Os números que conseguimos em Portugal são impressionantes. Foi assim que, em Portugal, conseguimos criar um padrão europeu para o festival.

Que adaptações o festival teve que sofrer em Portugal?
Procurei utilizar o modelo do Brasil. Mas algumas coisas aqui funcionam melhor. Por exemplo, a questão da limpeza da cidade do Rock, no Rio, depende de uma estrutura gigantesca, pois as pessoas não jogam o lixo nos locais adequados, mas sim no chão. Aqui essa questão é muito mais fácil de se controlar. Aliás, todos os projetos ficam mais fáceis de serem controlados em Portugal do que no Brasil, pois os brasileiros são mais irreverentes.

E qual é o segredo do sucesso do Rock In Rio?
A razão do sucesso do festival são os detalhes, tais como a limpeza e a simpatia no atendimento ao público. Procuramos sempre o máximo da qualidade. Por exemplo, as pessoas comem um sanduíche que a gente testa centenas de vezes, a cerveja chega dois minutos depois de ter sido pedida, as filas são menores, pois há uma grande estrutura. Outro exemplo são os cuidados com a segurança dentro do recinto e com a estrutura nos arredores da cidade do rock, pois se alguém fica preso no trânsito durante nove horas, como é o caso de Woodstock, a pessoa chega irritada ao recinto. Se alguêm bebe algum refrigerante que custa 15 dólares, você aumenta a irritação, e se o som não está bom, mais irritadas as pessoas ficam. Se esses detalhes não forem resolvidos, aí começamos a ter problemas. Mas se o trânsito estiver perfeito, bem estudado, com orientações de como aceder ao local, isso caracteriza segurança.

E como está sendo preparada a segurança no local?
O que mil policiais fazem num local onde há 250 mil pessoas? Nada. A segurança são várias vertentes. As pessoas ficam desarmadas, de bem com a vida. Em suma, a segurança de um festival é fruto de um conjunto de acções.

O Parque da Bela Vista já está preparado?
Este ano, a cidade do Rock vai estar mais bonita. O palco, que tem 30 metros de altura, está lindo. A tenda electrónica também está maravilhosa. Vai ter uns tubos brancos com uma luz diferente, uma névoa de água que, junto com a luz, cria um efeito pouco visto. A parte visual vai estar muito melhor do que há dois anos. Uma das novidades vai ser a existência de um espaço destinado às crianças, pois, em 2004, foram muitas as famílias que visitaram o festival. Havia mães com carrinhos de bebês, e agora elas vão ter onde deixar os seus filhos despreocupadas. A outra novidade é a presença de uma pista de neve no recinto, o que vai fazer a diversão do público.

E como está a ser implantado o projecto social em Portugal?
Neste momento, abrimos cerca de dez salas de recreação para crianças com problemas visuais. Estamos também plantando 30 mil árvores em Portugal, no âmbito de um projeto chamado Carbono Zero.

Algumas pessoas reclamam que, este ano, os nomes que vão atuar nos palcos do festival não têm a mesma qualidade de há dois anos. Como são escolhidas as bandas?
É obvio que não podemos agradar a todos os gostos. Para chegar ao casting do Rock in Rio, fazemos uma pesquisa de opinião. O primeiro passo é contactar os parceiros, rádios, televisão, com o objetivo de saber qual é a tendência actual do mundo da música. Depois, a comissão do festival realiza uma pesquisa com 1200 entrevistas, de uma hora e meia, na casa das pessoas, onde procura entender o que elas preferem. Não pensamos somente num público específico. Pensamos em como atender a família em geral, e essa é uma grande diferença do Rock in Rio em relação a outros festivais. Nós não somos um evento de 20 mil pessoas, mas sim de 400 mil. Para chegarmos a atingir essa massa temos que agradar as diversas tribos com diversos estilos. Então, se analisarmos o casting deste ano, acho que o cartaz é muito melhor do que em 2004. As vendas estão mais de 20 por cento superior ao ano passado, o que prova que as pessoas conheceram e entenderam o evento, que é uma autêntica festa e não somente a apresentação de uma banda. As nossas pesquisas provaram que, em Portugal, 49 por cento das pessoas foram ao Rock in Rio para assistir a algumas bandas, mas, 50 por cento foram pelo motivo da festa. Ou seja, a banda é apenas um ingrediente.

Tem algum grupo que não tenha conseguido trazer aos palcos da cidade do Rock?
A única banda que eu tentei trazer e que não consegui foi o Metállica. Mas consegui todos os nomes que queria.

O que as pessoas podem esperar deste festival?
Muita qualidade, um cenário mais bonito e um projecto visualmente melhor.

Para terminar, qual é a sua opinião em relação a Portugal?
Acho que os portugueses ainda não descobriram Portugal. Quando falamos de outros países, os portugueses pensam sempre que somos pequenos. Mas não é verdade. Somos do tamanho que o sonho da gente quiser. Embora não tenha raízes familiares em Portugal, acho que este País é muito especial. E foi por causa do Rock In Rio que conheci Portugal, já que nunca havia estado aqui antes. Fui procurado por um empresário português durante anos, que sempre me convidava para realizar o evento em Portugal. Até que um dia interessei-me e, num momento, achei que deveria internacionalizar o festival. Por isso, aqui estou. Vamos para a segunda edição. E espero poder ter este evento aqui a cada dois anos.