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segunda-feira, maio 09, 2005

Reduto Inspirador

Foi preciso aventurar-me para que pudesse conhecer um grande amigo, colega de nacionalidade e entusiasta das mais belas artes da vida cultural. André Freire, conhecido de muitos nessa terra de além-mar, vive numa pequena e pacata cidade ao Norte de Portugal: Lamego, que tem a particularidade de ser a cidade portuguesa que tem mais aspectos arquitetônicos e históricos por metro quadrado.

O “nosso” amigo leva hoje vida de famoso em terras lusitanas. Já lançou seu livro A Certeza das Incertezas duas vezes. Uma delas em Lamego e a outra em Castro Daire (terra vizinha dos lamecenses). Ambos os eventos contaram com casa cheia e com o apoio das Câmaras Municipais (prefeituras) locais. Mas um dos pontos mais marcantes dos dois lançamentos é que parte da renda do livro foi revertida para os bombeiros locais, uma vez que, por aqui, a profissão de bombeiro é voluntária, ou seja, não é remunerada.

Acasos à parte, quem o adquiriu fez uma boa escolha. E a novidade é que, além dos portugueses, também os brasileiros poderão conhecer esta grande obra. Este alagoano, residente em terras lusas há três anos, voltou ao Brasil para lançar o seu livro de poemas. A cerimônia se deu no Salão Nobre da Câmara Municipal de Nova Friburgo, neste último dia 27. Desta vez, parte da renda será revertida para a Farmácia Comunitária da cidade.

Sobre o livro, dispensa-se comentários. Um conjunto de poemas envolventes e, acima de tudo, uma convicção: vale a pena viver para contá-los. A Certeza das Incertezas é apenas a primeira obra de muitas que André Freire pretende pôr à disposição dos apaixonados pela leitura. Aqui, o leitor é convidado a uma viagem pelas experiências do médico e escritor no Brasil e em Portugal. Ao todo são 43 poemas, distribuídos por 60 páginas de muita reflexão em torno dos mais profundos sentimentos do autor. A maioria dos poemas, se não escrita, foi pensada em terras friburguenses – lugar de eleição do autor –, quando de sua residência na cidade.

Claro que, como leitor, tenho também os meus poemas favoritos, como por exemplo, Resistir, que fala dos caminhos percorridos por ele até ao grande momento por que passa agora; Favela, que chama a atenção não pela sua característica sintética, mas, sobretudo, pelo seu cunho social (e pelo prêmio recebido); Manhã de Sol, dedicado à sua esposa Maria Teresa, no qual, em forma de melodia, André Freire canta o amor e o desejo que o trouxe a Portugal; e, para terminar, Nova Friburgo, o preferido do próprio autor, onde declara o seu amor à cidade, afirmando ser ela um “postal guardado eternamente em seu coração”.

Ao amigo, um grande abraço e sucesso nesta investida. E, para não dizer que não falei de flores, remeto-me às flores da macieira que serão, em julho, o cenário provável de um novo lançamento. Desvendo o mistério numa altura mais pertinente. Da minha parte saudações lusas do brasileiro que aqui está.
matéria publicada, também, no site www.cultura.com.br, na editoria literatura, Best Sellers.