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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Alcina e João Duarte

ipl

Fadista de Castro Daire reencontra o amor aos 65 anos de idade

Padroeiro da cidade do Rio de Janeiro ajudou na união do casal
É chegada a época do dia dos namorados. E como todos os casos de amor, há aqueles que são recheados de muita aventura e emoção. São cada vez mais comuns os casos como o de Maria Alcina e João Duarte que acabam por casar já na terceira idade. Os frutos do casamento são muito amor e compreensão.Uma das vozes portuguesas mais consagradas e respeitadas no Brasil, e não só, Maria Alcina tem 65 anos, é de Cetos, em Castro Daire e há 45 anos vive em terras brasileiras. Fadista de profissão, Alcina decidiu, na terceira idade, casar com João Duarte, industrial, 71 anos, natural de Ponte de Ermida, também de terras castrenses.Os dois são primos e há muito tempo se conhecem, mas o verdadeiro amor, se não há muito escondido, floresceu na terceira idade. O reencontro foi em Janeiro de 2003. “Era dia de São Sebastião, o santo padroeiro do Rio de Janeiro. Estávamos a 100 quilómetros por hora, beijámo-nos e decidimos que iríamos casar”, lembra Alcina sobre o primeiro passo para ‘oficializar’ o relacionamento, em Outubro do ano passado.Com dez anos de idade, segundo a sua bisavó, Alcina já mostrava interesse em casar com João, “já que era bonito como um cravo. Quando criança, sonhava com ele, e meu sonho tornou-se realidade”.Por pertencerem a mesma família, as palavras que os uniram foram sempre de carinho, respeito e amizade. Em relação ao matrimónio, as expectativas do casal são de muita felicidade e amor eterno, sendo que a única preocupação é serem cada vez mais felizes.Sem tempo para tristezas, e em ritmo de Lua-de-mel, o mais importante para os ‘pombinhos’, neste momento, é aproveitar esta nova etapa. “Esta é uma nova fase de nossas vidas. É como se tivéssemos voltado à adolescência. Agora só nos resta sonhar, brincar e vivermos intensamente o nosso amor”, destacam eles.A cada minuto o namoro é mais intenso. Contar as horas para o reencontro já faz parte do quotidiano. Após o casamento, as palavras de ordem do casal são “dar e receber”, o que, segundo eles, é o segredo do sucesso no amor depois dos sessenta. “Para nós, todos os dias são de namoro e felicidade. Somos eternamente enamorados, cada dia mais e mais. Nossa Lua-de-mel é como navegar nas asas da ternura, do amor e da compreensão mútua. Casar depois dos 60 anos é a realização de todos os anseios acumulados e a certeza de que vale a pena viver um amor maduro, tranquilo, e respeitoso”, recorda Alcina.Tanto a fadista como o seu novo companheiro são viúvos. Do primeiro casamento, a fadista tem três filhas e, João, duas. Para o casal, a grande diferença do segundo casamento é o facto de nada ter a esconder e de não haver cobranças”. Dos mais belos fados que já compôs e cantou, parece ser este o seu melhor verso. De devaneios passados, Maria Alcina, que deu nome a Avenida em sua terra natal, encontrou em João Duarte a inspiração para mais uma ‘canção’ que tem por tema o amor e que escolheu o palco da vida para mais um espectáculo. Um exemplo a seguir para aqueles que ainda acreditam no mais profundo dos sentimentos. O único que não liga a idades, raça e religião.