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sexta-feira, março 04, 2005

Vontade de mudar fez Portugal girar à esquerda

Mudança. Foi esta a palavra de ordem da campanha do Partido Socialista (PS), em Portugal. E o povo português acolheu a ideia, dando vitória ao PS, com maioria absoluta no parlamento.
Nas últimas eleições legislativas do dia 20 de Fevereiro, Portugal deu uma guinada à esquerda, elegendo líderes socialistas que prometem, dentre outras medidas, a volta da estabilidade económica, o aumento das ofertas de emprego em 150 mil, o apoio à medidas ambientais, entre outras melhorias de caracter social, além de apostar na realização de um referendo em relação ao aborto.
O resultado das eleições foi histórico, pois há 30 anos os socialistas não venciam com tão esmagadora maioria. Após as contagens dos votos, o PS, além de eleger José Sócrates como primeiro-ministro, conquistou 120 mandatos para os seus deputados na Assembleia da República (AR). Já, a segunda força política de Portugal (que até então estava no poder com Santana Lopes como Premier), o Partido social democrata (PSD) elegeu 72 deputados. Feitas as contas, o PS foi eleito com 45,05% dos votos contra 28,69% do PSD.
Vale recordar que o PSD está no Governo desde as eleições antecipadas de 2002, depois de o Premier, António Guterres, do PS, ter decidido, em 2001, abandonar o cargo após o resultado “penalizador” do partido nas eleições autárquicas (equivalente as eleições para Governador). Convocadas eleições, o social democrata, Durão Barroso, venceu o escrutínio, mas, em Julho do ano passado, o então primeiro-ministro deixou o cargo para ocupar o lugar de presidente da Comissão Europeia, abrindo caminho para Santana Lopes, que, na época, ocupava a presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Devido ao apelo da população e de vários sinais de crise no Governo de Santana Lopes, Jorge Sampaio, presidente da República, decidiu dissolver a AR e convocar eleições antecipadas.
A maioria dos campos históricos dos sociais democratas sofreram derrotas gigantescas, como é o caso dos distritos de Vila Real e de Viseu, que viram os eleitores escolherem o Rosa do otimismo socialista ao Laranja da decepção local. Há 30 anos é que a esquerda não vencia nesses dois distritos do Norte do País. Dos 18 distritos de Portugal e das 2 regiões autónomas do País, o PSD venceu somente em Leira e na ilha da Madeira.
Outro detalhe importante é o crescimento dos votos no Bloco de Esquerda, que conta agora com 12 deputados na AR, e de outro partido de esquerda, a CDU, com 14.
Partimos assim para o 17º Governo Constitucional, com uma mudança de rumos, por parte dos portugueses. Para Portugal é um novo começo. Pelo menos nas palavras do novo líder de País, que fala em coragem, determinação e confiança para corrigir os erros do passado que puseram os portugueses na calda da União Europeia, em vários aspectos.
Nota-se no País um grande crescimento do desemprego. A União Europeia divulga estudos que provam que Portugal é dos países da União que mais se afasta dos “números” acordados em vários sentidos.
José Sócrates traçou um compromisso com o povo português. Prometeu fazer crescer a economia, consolidar as finanças públicas, criar investimentos no sector tecnológico e, também, valorizar as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, além de agir de forma ativa na política externa e na integração de Portugal na Europa.
Memória Curta e formação de Governo
Falta saber se o povo português cansou das mentiras e das medidas mais alarmantes. Pois, dar vitória a um partido que, em 2002, abandonou o Governo, alegando, em linhas gerais, que não conseguia governar, é um tanto quanto arriscado para o futuro do País.
Até ao momento, José Sócrates faz segredo em relação aos nomes que irão compor o novo Governo. Há especulações de que o novo primeiro-ministro teria afastado a hipóteses de nomear Ministros que teriam feito parte do Governo de António Guterres.
Enfim, nossos “irmãos de história” vivem dias menos gloriosos, e o povo deu, agora, mais uma chance aos da esquerda nacional. Desde o 25 de Abril (dia da queda do regime ditatorial) é que Portugal não vê um resultado tão expressivo como este. Esperamos, para bem do País e do futuro da democracia local, que Portugal consiga superar, em passos úteis, a crise pela qual passa, restaurando, como em épocas passadas, o respeito em território nacional.

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